26 octubre 2006

Acordar.

Os olhos teimam em fechar e a cabeça cai numa passividade amorfa que une perfeitamente o nada e o vazio.
Não consigo pensar com os cabelos despenteados e com estas calças vermelhas. Aquele perfume de aloé vera e raspas de laranja mistura-se com o meu corpo deitado e aquecido e transporta-me para um mundo tonto onde as línguas se sobrepõem e as olheiras desincham.
Acordaram-me outra vez. Não, não agora que Portugal parecia tão perto e a bota mantinha-se teimosamente real com todos os seus encantos e perturbações. Não agora que o príncipe se tinha mudado para o meu palácio e a minha súbita paixão por chocolates tinha desaparecido. Deixa-me voltar para o escuro dos estores e indiferença dos sonhos.
Cheira a comida. Já disse que não consigo pensar quando acordo.

2 comentarios:

Fátima dijo...

como os cheiros, as vozes e os sabores se acumulam tão depressa, como doi quando vogamos entre ondas da tranquilidade mescladas do que nos sabe melhor, o iogurte fresquinho com os ingredientes em portugues, as bolachas integrais que tu comias no metro! saudades marina, nem acredito que tenhas um blog agora =) que giro, é uma visão tua muito diferente =)

Anónimo dijo...

Não tenho nenhum comment filosofico-poetico para aqui, mas achei só que devia dizer que percebi e me fez sorrir, mto ;)