Há um suor frio nos meus pés que me faz fechar os olhos. E nas celulóides de momentos futuros vejo-me longe. Queria entender por que a felicidade está sempre tão distante, vemo-la naquele país para onde queremos ir, no trabalho que sonhamos ter (e nunca conseguimos). Nunca aqui, na algibeira dos jeans desgastados. Queria perceber porquê.
Dizem que é bom. Isso de nunca estar satisfeito. Bem, é o que dizem.
Mas aquele calafrio no pé dá-me dores de barriga. Há remédios para essa dor. Não pode ser uma coisa boa.
É a constante incerteza do destino, um ímpeto irresistível de se atirar daquela varanda do sétimo andar. Uma atracção pelo desconhecido e uma promessa de felicidade.
Passo todos os dias por lá. Penso da minha queda. Faço os prós e os contras e volto para casa.
A varanda continua ali, com o seu charme atraente e intelectual, a sua postura certa e independente. Falta só dar o passo.
Mas os suores dão-me dores de barriga. Por enquanto, vou tomando remédios.
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2 comentarios:
humpf
é isso, isso, isso, mesmo.
eu ando a precisar de uma boa queda. detesto o marasmo. agora está tudo "bem", não tem piada nenhuma... não inspira nada, também
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