Aqui os dias passam com um andar devagar e preguiçoso. Vou observando as pessoas, imaginando as suas vidas, metendo-me, inconscientemente, nas suas conversas. Acho que esse namorado não te merece, que devias comprar a camisola azul, que os teus pais têm razão nessa parte da história. São desconhecidos de língua estranha, com quem partilho bancos de jardim, mesas de café, cadeiras de cinema. E em cada coscuvilhice uma palavra nova, uma expressão, uma correcta entoação da voz. E assim se vão passando os dias, l-e-n-t-a-m-e-n-t-e. Como quem não tem pressa em aprender, quem se deixa absorver por uma nova cidade.
Ás vezes sinto falta de um amigo, uma conversa no café, uma companhia para o cinema das oito da noite. Outras vezes não. Vou passeando comigo mesma em horas infinitas de caminhadas ao mar. Vou conversando comigo todas aquelas conversas que ainda não tinha encontrado tempo para ter. Vou lendo o que pensam os outros e moldando o meu pensamento.
E aos poucos vou me conhecendo. O que às vezes é bom. Outras vezes não.
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2 comentarios:
ler este post ao mesmo tempo que leio "into the wild" é perigoso... saudades do tempo em que não há horários. la coruña vai afeiçoar-se a ti, vais ver =)
tem calma que já estou a chegar *
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