Talvez um dia seja rei. Rei das ruas, das pessoas, das almas.
Não vive num palácio e o seu trono é de madeira (às vezes usa uma pequena almofada amarela para se apoiar e prevenir os problemas de coluna). Não tem coroa, nem manto real. Só tem duas empregadas – e uma está de baixa.
Um dia quis ser gestor ou, quem sabe, criar uma empresa sua. Queria queixar-se da situação do país, fugir ao fisco, ter um primo homossexual e, talvez, um filho toxicodepende. Mas não. Nasceu rei.
Não o nomearam nem elegeram, mas ensinaram-no a sê-lo. Ao invés de estudar arquitectura ficou-se pelos ensinamentos da etiqueta, da tradição e da arte de saber fazer crescer o bigode. Nos tempos livres, entre uma aula de equitação e um jantar de cerimónia, aprendia politica, cultura, economia.
Por mero acaso tornou-se um homem culto e tradicional. Quem diria.
Tem um metro e noventa e um falar sibilado, procura um trono, ou uma barriga. Já não se fazem barrigas como antigamente.
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3 comentarios:
os reis de agora são diferentes, pedem-lhes que sejam fortes e eles são humanos, simples, belos, mas gostam de beber, fumar e pouco interessa a etiqueta, viver tem mais tempo agora, podemos aproveitar!
Opa ja li isto montes de vezes e acho que ainda n percebi o significado que lhe querias dar... Devo ser mto burro =P
Já não há reis como antigamente, de facto. às vezes queremos ser tão pouco e acabamos por ser muito. acontece.
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