08 noviembre 2006

Cinquenta.

Começou cedo.
O tom polifónico e vibrante resultou em olhos esbugalhados e num rápido rolar da cama, marcando, assim, oficialmente o início daquele dia de lençóis e fantasia, de sprays e musica alta, de polícia, dança e álcool.
O mundo parecia estar nas nossas mãos, podíamos matar o Elvis, fumar com a Marlyn, retornar à idade da pedra, viajar até ao glamour dos anos 50. Podíamos ser nós mesmos ou esconder-nos por trás da barba do Sadam. Podíamos votar nos nossos amigos, fazer trapaça pelos que mais gostávamos ou criticar aqueles não sabem fugir do quotidiano.
O calhambeque beep-beep exibia-se durante o summer jam enquanto todos admiravam a camisa nera do DJ bombado que cantava Frank Sinatra.
Foi um sucesso de flashes fotográficos e entrevistas no tapete vermelho. Uma chuva de whisky e pisadas nos pés, de maridos que dormiam e casais que insistiam em dançar a valsa.
O samba não dá para dançar descalço e a Julieta não pode dançar a Macarena. Raios partam os polícias que têm inveja das festas.
Mas cinquenta são cinquenta e a quem os fez ninguém os tira. E afinal, a Academia de Policia 3 que chegou atrasada à festa do cinema conseguiu apenas um autógrafo do Sean Conery e uma contribuição para uns 50 mais historiantes.

3 comentarios:

Anónimo dijo...

"Gargalhadas alcoolizadas, olhos vermelhos, línguas misturadas e música, muita música. A hora passa e ninguém dá por ela. Uma garrafa, duas, sete."; "Fumar com a Marlyn".
Decidiste revelar a tua rebeldia em Turim, foi? A altitude dos Alpes abalou com a monotonia cinzenta e exasperante de Berna. Traz um pouco de neve quando voltares.

Fátima dijo...

vida de gigantes que se riem e cintilam os dentes no brilho dos holofotes e sufocam a voz no barulho dos autifalantes!

Anónimo dijo...

o que eu estava procurando, obrigado