11 diciembre 2006

As minhocas espreguiçam

O batimento cardíaco acelerava sempre que a porta se abria. Não, não era ele.
O avião estava atrasado e chovia muito lá fora. O aeroporto vazio fazia com que o tempo não passasse. Maldito relógio.
Talvez seja melhor sentar-me. Não, se ficar de pé vejo-o mais depressa. Não posso perder nem um segundo.
Deveria ir a casa de banho para ver se o meu cabelo está arranjado. Impossível. Ele pode chegar a qualquer momento.
Devo beija-lo ou dar-lhe um abraço?
O senhor ao lado está a olhar para mim. Pareço nervosa, tenho que disfarçar melhor.
Tenho de me controlar. Também não lhe posso fazer uma recepção demasiadamente histérica.
A senhora do casaco castanho trouxe o cão. Se calhar deveria ter-lhe trazido um presente.
De que cor será a sua roupa?
Não me posso esquecer de lhe dizer que as minhocas espreguiçam.
Ele nunca mais chega.
Já teria dado tempo de eu ir a casa de banho.
Vou sentar-me. Esta cadeira é desconfortável. Acho que estou melhor de pé.
Se calhar pouso a minha mochila no banco, está pesada.
Tenho calor, talvez deva despir o casaco.
Será que é ele? Não consigo ver, há uma cabeça à minha frente!
Tem uma camisola vermelha. Ele adora vermelho.

3 comentarios:

Anónimo dijo...

lool! essa aí era eu dia 23 de novembro no schipol. mesmo pensamento sobre o cabelo =P
"corações nos olhos", ainda bem =)

Anónimo dijo...

era a sério, era ele...

Fátima dijo...

=) quem eu tou a pensar foi-te visitar? tão bom