26 diciembre 2006

cusco

Procuro palavras de amor.
É difícil encontrar palavras que sorriam e que tenham caracóis. É muito complicado explicar às palavras que têm de ser queridas e carinhosas, que têm de te tratar bem e aconchegar-te à noite, antes de dormir.
Foi problemático subornar o telemóvel para que te desse, a cada noite, um bocadinho de mim. Praticamente impossível entreter os teus fios de cabelo, entrar na tua cabeça, conversar com o teu cérebro e explicar-lhe que há uma bolha telepática que nos liga gratuitamente por palavras silenciosas.
Foi um caso sério descobrir uma palavra perfeita, uma que dissesse (sem gritar nem fazer escândalo) que tenho saudades, que sinto falta, que estou feliz, que quero mais, que soube a pouco e que és verde às bolinhas amarelas.
Encontrei-a numa noite mal dormida de pijama colorido, em quarto proibido e musica baixinha. Tinham-na deixado por baixo da almofada (que vinha dentro da mochila escondida e mentirosa) e quando a vi, as borboletas voaram no meu estômago, saíram pela boca, dispersaram-se pelo quarto semi-iluminado e sussurram baixinho: “estas a fazer a coisa certa”.A palavra tu sabes, o sentimento também conheces.
Não sejas cusco

No hay comentarios: