Todos temos aquele primo que está acima do peso e o outro que nunca se deu bem na escola. O anti-social e o que todos suspeitam (ou já suspeitaram) ser gay. Aquela tia que quando éramos pequenos dos dava os melhores presentes e chocolates e que agora “pois, está bem”. O tio afastado que nos faz rir e pensar “quem sabe eu tenha alguns dos seus genes”.
Não dá para evitar aquele pai que conta sempre as mesmas histórias e que queríamos tanto que tivesse rebolado mais connosco na relva. Uma mãe menos espalhafatosa, um irmão que fosse um pouquinho menos genial.
Não há como maquilhar.
Mas há um dia. Um dia só - que às vezes se traduz em alguns segundos fugazes - em que não trocávamos por nada os erros de português da avó estrangeira, nem as risadas barulhentas da prima do tio que veio por acaso. É nesse dia, no meio dos doces desmilinguidos e dos cacos de vidro no chão, que os oito mil quilómetros compensam. Culminam numa euforia de presentes, videogames antigos, de pistas, elogios e quilos de flashes fotográficos.
Este ano, levei com a rolha do champanhe na cabeça. Dizem que dá boa sorte. Eu digo que é mais um galo a cantar de madrugada.
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2 comentarios:
!?!?! estou confusa... um post "normal"??? sem açucar a boiar no café?
:D eu também gosto do natal
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