Narizes empinados no ar congelado dos espelhos. Labirintos de andares interrompidos e salas ocultas. O balançar embala o estômago satisfeito e faz o sol embelezar melhor.
Não caias, segura. Apoia-te a mim. Não há problema, estamos todos num desmoronar de camera lenta. O monumento do nosso orgulho desaba aos poucos, como prédio de Veneza inundado. Imagem patética.
Queria ser caixeiro-viajante. E ser feliz. Absorver as cores do Tango e as mãos que saem da areia, dizer um bom giorno e um buon dia e causar sorrisos derretidos. Estão a cair os muros e eu só precisava de um pouquinho mais de cimento.
Não é mão-de-obra que falta, não. É dificuldade de equilíbrio no abanar do navio em alto mar. São 3mil pessoas. Só uma se aguenta.
O comandante fala um italiano tímido e diz por trás da sua fortaleza. Eu consegui. O balançar não me afecta mais.
Jornalistas, atentem! Preparem já o lead e punch final. O título é obvio.
“Caixeiro-viajante: a profissão do futuro”
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2 comentarios:
Parto já hoje!
Este txt devia ser acompanhado com uma música do Rei Leão interpretada pelo duo Timon e Pumba, quando estão à beira de serem devorados pelas hienas.
Fazia-lhe apenas as seguintes alterações:
"Eu sou um caixeira viajante, SOU SOU SOU, e tu podes ser tambééééém! Uhu!"
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