31 enero 2008

os cantos

Revolta-me, é claro.
Eles perseguem-me, colam-se à minha cabeça, avassalam a minha imaginação. Torturam-me com aqueles sussurros amolecidos e olhares afeminados.
Mas a vingança aproxima-se. Vem com o seu manto de liberdade, espalhando a inveja de sorriso malicioso.
Não há mal nenhum em tal costume. Os jovens têm mesmo essa função e os cantos não têm outra utilidade. Olho para o meu quarto. Recheado de cantos desabitados.
Quero ir. As minhas pernas mexem-se sem que eu mande nelas. As pernas também são pessoas. Inferiores aos braços, é claro. Mas valem-se a si mesmas.
Elas querem andar. Até onde for preciso.
Afinal aqueles cantos, coitadinhos, não podem continuar tão abandonados.

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