Um carro, uma caneta e uma guitarra. Daquelas portáteis, com desenhos camuflados e fios soltos. Éramos mais rápidos que o mundo. Fazíamo-lo correr, apressar-se nas estradas perdidas, no almoço a horas tardias e no supermercado de uvas sem grainha. Mas o mundo é preguiçoso, não gosta de esforço. Castigou-nos com tomates assassinos.
Daqueles que fazem as tomadas parecerem portas de impressão visual e o tambor um fiel amigo do bambi.
Vieram os diários de letras macarrónicas e conteúdo ilegível, a sirene dos bombeiros e as panelas sujas. O tomate acabou esmagado num molho de natas com mostarda e limão. Pouco apetitoso.
Mas o mundo é forte e poderoso e não se fica pelas leguminosas. Conhece a sociedade em Rede, já diria o mestre de CC. Manda então mensagens que nos fazem rir de pânico, passar manhãs acordadas num respirar profundo de pesadelos adormecidos. O telefone toca. One missed call. Vem o rebuçado vermelho e a música fúnebre.
Vamos morrer. Ninguém aguenta tantas horas de frio e tortura. De inchaços e ligaduras. De promessas impossíveis e pensamentos irrealizáveis.
E foi então que o mundo percebeu. Estávamos presos ao nosso corpo. Este era o pior castigo.
Começou a matar japoneses de três em três minutos.
Mas essa parte eu já não vi. As legendas eram em inglês. O relógio marcava 3 a.m. Não é apenas o mundo que é preguiçoso.
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1 comentario:
É assim, pode suceder que te tenha que processar pela utilização indevida das uvas sem grainha! é q isso tem patente sabes? e olha q os donos desses supermercados têm um batalhão de advogados! eu sei bem, tão todos aqui na porta ao lado!
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