De volta ao pacato mundo cinzento. De volta ao negro véu que envolve as horas silenciosas.
Os dias passam-se como fotografia emoldurada. A sombra escurece o retrato. Sempre o mesmo retrato. Sempre.
E enquanto os minutos espreguiçam e as migalhas de bolacha água e sal se espalham, as recordações voam em imagens de ressacas passadas.
Uma bomba de gasolina e uma noite fria. Um beijo gelado em rua íngreme. Gritos de insinuações prometidas que soam desafinados a bigodes desconhecidos.
Há sempre um senhor Carlos na nossa vida. Aquele bigode e o dizer amigável. Que venha mais uma rodada. E outra. E outra. E ele vai ajeitando a comida no prato. Mais pão. Sinto-me tonta.
A mesa pinga alegria derramada, range a dor de barriga de gargalhadas cúmplices.
Já não precisamos de jogos, porque agora as danças iniciam-se de costas e terminam com um turbilhão de risadas. Com um grito de reprovação, um olhar de desprezo censurado.
E sem saber como, ou onde começou, quem teve a ideia ou quem deveria ficar com os louros, sentimos que afinal é bom voltar para casa.
Mas para isso, é preciso antes partir.
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5 comentarios:
18:40?!?!?
devias estar a trabalhar!!!!!!
que comentário tão inútil.... então fica um melhor: os louros são para o João e, "curiosamente", tu sabes bem porquê...
se calhar não tem nada a ver, mas acho que o meu Sr. Carlos começa com A...
acho que não tem nada a ver =P
Marina, my lobe, antes de tudo vou a lisboa. combinamos esta semana? vou pedir o teu número à Inês, não te escapas :)
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