20 octubre 2008

Normalzinha

Ela estava diferente. Diferentezinha. Já não se sentia aquela menina de tempos atrás.
Foi-se-lhe o sorriso gracioso, os olhos que escorriam paixão. Perdeu a determinação de mudar o mundo. O cabelo cada vez mais desalinhado, as roupas desbotadas.
Sentia-se normal. Normalzinha. Sem nada que lhe valesse o olhar, o suspiro, o comentário. Era como se tivesse perdido o encanto de outrora, a popularidade dos rejeitados, a garra dos que querem mais.
Deixava-se levar pela vida. Levianamente. Ia vivendo no embalo do dia-a-dia, sem grandes motivos, grandes histórias. Procurava o seu lugar.
Causa perdida.
E fazia-lhe então a mais desinteressante das perguntas: porque ainda gostas de mim, afinal?
Desinteressantezinha.

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