Já te pedi tudo. Já te pedi demais.
Pedi-te para vir, para ficar e para ir. Para fazer, para desfazer e refazer.
E tu foste fazendo. Indo e ficando.
Foi então que te disse que fazias demais. Que não fosses tão obediente.
Rebelaste-te e isso aborreceu-me.
E tu desfizeste-o.
Disse que não te queria, que te queria demais. Que já não aguentava e que contigo, de mãos entrelaçadas, poderíamos ser um nós para sempre.
Mas depois neguei-o.
E tu aceitas-me as mentiras, engoliste-as, vomitaste-as, quando necessário.
Falei-te de amor, e os teus olhos brilharam. Em seguida desconversei e fingiste não conhecer o tema.
E nessa altura reclamei. Que não te armasses em homem perfeito que eu não engoliria essa história.
Desarmaste-te.
Seguiste na tua, a meu lado.
E eu na minha, procurando um lado para estar.
Logo encontrei um lado. Era o esquerdo.
Mas nessa altura já estavas tu muito longe.
E foi então que me chamei de pedinchona.
Tu riste-te.
Mas tinha de pedir, só uma última coisa.
Fica, disse.
E tu ficaste.
Agora acho que já te pedi demais. Que te dei de menos.
E peço-te, apesar de não ter mais crédito, que, de uma vez por todas,
Sejas tu agora a pedir.
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