“Tivesse marcado para mais pessoas”, disse o senhor sem nome. “Soubesse eu como essas coisas se faziam”, pensei.
Mas o feito é facto e a solução era única: “Apertarmo-nos”.
E foi chegando mais um e outro e o metro quadrado encolhendo. A um já não se via os gestos, a outro a cor dos olhos. As fotos, uma amalgama de pedaços sem sentido. E foi chegando mais outro e mais um e já não podíamos cortar a carne. “Dou-te espaço para cortares a tua primeiro se quiseres”. É a generosidade própria dos apertados. Ou dos esmagadinhos, preferiria dizer.
Esmagadinhos pelo mesmo sentimento. Aquele comum aos que se encolhem para não se separar, aos que não importa comer primeiro ou deliciar-se com a carne fria e gelada.
E à medida que o tempo passa, vamos apertando, encolhendo, empurrando. Mais e mais. Porque uma vez encaixado, não há volta atrás.
E perguntava-me um no outro dia:
- Como descreverias um verdadeiro amigo?
E eu, sem saber, sabiamente respondi:
- É aquele a quem ligaria num domingo a tarde para vir preguiçar comigo no sofá.
Os dois esmagadinhos, acrescentaria hoje.
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5 comentarios:
oh =) assim é que se está bem. todos apertadinhos para caber na mesa de saudades da marina
Não me digas que aquela do dou-te espaço para cortares a carne, foi baseada em mim e no Mestre?! Tinha de ser, não havia outra hipótese...senão saímos negros de tanta cotovelada!!
Apesar de apertadinhos, gostei!
para não dizer nenhuma lamexisse, vou só dizer isto:
mestrado em edição e escreves "carne fria e gelada"??
ve-se mm q não trabalhas no destak...
Oh tinha sido proposital. Nao colou, pois nao? Era para dar o efeito de que ia ficando mais fria...
Mmmmm tenho que melhorar essa tecnica, realmente.
(p.s- achas que ja vou chumbar?) LOL
parece-me claro que sim
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