13 julio 2009

Silêncio

O problema é quando chegam os silêncios. Esses insuportáveis momentos em que as trivialidades deixam de preencher o nosso pensamento. Aí, nos eternos espaços em branco, olhamos para nós e paramos.
Descobrimos que um não sabe o que fazer com o silêncio do outro. Nunca o aprendemos. Não nos servirão os quilos de livros que estudei ou o catálogo dos filmes que já viste. Pois parece que para este ofício não há diplomas nem livros de instruções.
Estamos lixados.
Porque são nessas pausas em que a presença do passado se torna intragável. Cada gesto, cada movimento discreto, cada tic, tudo se junta num coro celeste que tem como missão lembrar-nos que nós já não somos risadas cúmplices debaixo do lençol. Agora somos silêncio. E continuamos (e continuaremos?) lutando para não admiti-lo.

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