Dizes que estás bem, que estás okay, que não há problema. E eu acredito, Ingénua, egocêntrica, não sei, mas acredito.
E agora só me apetece encontrar-te pela rua dar-te um safanão, apertar-te o pescoço e insultar-te da melhor maneira que sei: “Mentiroso!”
E depois iria à televisão, aos programas da tarde, à entrevista com a Júlia Pinheiro. Iria ali, com a minha cara podre e os meus olhos verdes contar-lhes, a eles e a todo o mundo, que um amigo me mentiu e eu, claro, como poderia deixar de ser, apanhei-o numa esquina e pumbas. Espera!, que não me mal interpretem, pumbas de porrada, valente e poderoso enxerto.
- Vi-o na rua e não resisti. A raiva entrou em ebulição e dei-lhe num murro nas trombas, parti-lhe os dentes, e depois esganei-o até que ficasse roxo pela falta de ar.
Tudo isso porque ele me mentiu, repito vezes e vezes sem conta neste meu sonho-delírio.
Depois, claro está, além de ser estrela de tv, seria alvo de investigações policiais e gabinetes de ética. Seria capa de jornais. Foi ou não legitimo o enfardo que deu aquela jovem ao seu amigo mentiroso?
E as pessoas discutiriam o nosso drama nos cafés, nas páginas de sociedade, desse lixo virtual que é a blogosfera.
Até que um dia, numa entrevista em prime time eu desabafaria perante um jornalista desconcertado:
- É que se ele me tivesse dito a verdade, eu pelo menos poderia ter tentado ajudar…
O mundo se emocionaria perante tal sinceridade e eu sairia ilibada de todas as minhas penas.
Agora saltemos todos os passos e que venha o cara-a-cara.
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