10 noviembre 2006

atrasada.

Eu ouvi-o tocar, a sério que ouvi.
Os olhos teimaram em não abrir e o tacto entrou a todo o gás em busca do odiado objecto gelado e vibrante. Aquela música, já estranhamente familiar, embalava-me e fazia-me sonhar criando sinesteticamente cores e sensações que invadiam a cabeça e dilatavam-se no corpo num misto de responsabilidade e preguiça.
É no botão do meio (sabia-o secretamente).
Só mais um pouco, só mais um minuto. É fácil convencer-me de que os olhos necessitam de tempo para adaptar-se ao escuro vibrante do quarto silencioso. Fácil demais.
De repente uma luz. O coração dispara com sincera esperança de que o tempo tenha parado. A preguiça venceu e o tempo voou. Dia perdido, disse de mim para mim.

3 comentarios:

Unknown dijo...

"...sonhar criando sinesteticamente cores e sensações que invadiam a cabeça e dilatavam-se no corpo num misto de responsabilidade e preguiça"

Epa... também quero disso !

Anónimo dijo...

será a minha sina ás quintas feiras. enfim, nada pior que acordar às 6 para a apanhar o comboio na parede. tb ias nesse comboio, lembraste? ;P

Fátima dijo...

ora bolas, isso acontece-me quase todos os dias...