12 diciembre 2006

bilhete não picado

Chegaste assim, como quem não quer a coisa, com a tua camisola laranja e sentido de orientação apurado. Vieste cheio de beijinhos e presentes, e pintado pela luz azul, no escuro do autocarro, começaste a falar.
Falas palavras que me fazem sorrir, corar, mexer, inquietar. Contas histórias e comes hambúrgueres, gostas do sol, da montanha, da chuva e da praia.
Invadiste a minha casa e encheste-a de sorrisos e línguas estranhas. Viste beleza no gueto e no meu nariz sempre vermelho. Seguraste-me o guarda-chuva e aprovaste as minhas mudanças.
Como és bonito por baixo das luzes de natal e com aquele teu gorro novo comprado numa loja calorenta. Como é bom saber que cada rua tem o teu cheiro e cada pessoa conhece o teu sorriso.
Um dia foste só meu. Agora fugiste.
E…não picaste o bilhete. Obrigada.

4 comentarios:

Anónimo dijo...

=,)

Anónimo dijo...

show minhoca!

Anónimo dijo...

ganhou mais um leitor...

allora sei brava, eh?!

Fátima dijo...

gorros e cachecóis! no inverno eras sempre destacável na casinha da estação de comboio.