29 agosto 2007

Aqui...

Não há céu azul mas o cinzento faz trinta graus. As ruas são grandes, esburacadas, e cheias de camiões. É mais seguro atravessar no meio dos carros do que na passadeira.
Nunca se pode andar “distraída” e isso é tão óbvio que se nos distrairmos a culpa é nossa.
Não há ar condicionado mas não se pode andar de vidros abertos. A bolsa fica em casa e o dinheiro (indispensável) vai no bolso (que curiosamente não existe nas calças femininas).
Não se pode chamar a atenção (“vai ser difícil, não devias estar tão bronzeada”)
Toda a gente diz que deveria arranjar um namorado brasileiro para satisfazer a vontade da minha mãe e eu sei que se o fizer ela vai ter saudades dos portugueses.
Eu não quero arranjar namorados.
Sinto a falta daí e aí sentia tanta falta de fugir.
É pior do que aí mas mesmo assim vim para aqui com a ilusão de que aqui fosse melhor do que aí.
Os filmes são dobrados e eu adormeço a vê-los.
A vida começa as 7 da manhã.
Ando com um pacote de açúcar na mala.
Há família e há também problemas familiares.
Diz-se rotatória e não há prioridade. Os camiões podem andar em contra mão.
O motorista do autocarro conversa e olha para trás enquanto fala.
A culpa é sempre do outro (e normalmente do governo).
Há muitas notícias sobre os Estados Unidos e isso dá-me saudade.
Tenho um irmão mais novo e já não me lembrava o que era andar à porrada e jogar playstation.
Aqui sinto falta do teletransporte e prometo que na próxima semana o discurso será mais entusiasmante.

1 comentario:

Anónimo dijo...

aaaaaaaaaahhhhhhh!!! tenho saudades tuas!!!!

(fico á espera desse discurso mais entusiasmado)

[se o dia começa as 7 vou ligar-te ás 7:30 lool ou seja, ás 12:30]