Não gosto de pessoas gordas. Nunca gostei. Elas ocupam espaço. Muito espaço. Demasiado espaço.
Espalhaste-te na minha vida e correste com a rotina. Refizeste as fronteiras e gritaste-me baixinho.
És assim. Vens, imprevisivelmente, com pantufas de algodão e sorrisos tímidos. Tocas o meu telefone e comentas as minhas manias.
Irritas-me.
Eu grito e esperneio, reclamo, faço rugas na cara, cultivo cabelos brancos de velhice antecipada. E respondes-me com ventinho e abraços, com a tua mão a amaciar a minha pele. E isso deixa-me ainda mais nervosa.
Mas agora fazes-me falta.
Há bocados do meu mundo por preencher. O teu espaço é vácuo e nem os feiticeiros desviam-me o pensamento.
Dói-me a cicatriz na testa e o raio borbulha-me a ardência. Eles lutam, gritam bruxarias estrangeiras e eu que só queria uma magiazinha barata que congelasse, por alguns dias, todos os relógios do mundo.
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1 comentario:
Bora escrever o 8º?
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