Estava com olheiras, coitado. O truque dos três lugares no avião não tinha sido suficiente para comportar tamanho dispêndio de energia.
Gosto de reparar como os seus olhos praticamente inexistentes brilham pela conexão transoceânica. Parece que a voz mudou, não sei. Já não me lembrava como eram bonitas as suas mãos. Hoje estão diferentes. Dinâmicas, controladas, com o ritmo de uma fila que virava o quarteirão.
Surreal Que grande noite.
Uma noite que durou um dia, ou mais. Foi uma vida e uma morte anunciada pela companhia telefónica. Foram choros e gritos e mensagens cheias de estrelas. Risos e gargalhadas derretidas. Carinhos electrónicos.
Mas depois chegou o electricista e a história mudou. Ele apareceu no meio dos olhares curiosos no metro e deu-lhes uma nota para a mão. Cortou a noite do aeroporto. Subornou as horas de sono. Já não interessava o comboio, o metro, a morte ou a ressurreiçao. Para que falar do público, dos gritos ou do mullet cor-de-rosa?
Ele veio lá de longe, do meio da neve, com a sua casa de guitarras e amigos estrangeiros. A discoteca foi na cozinha e o dinheiro não foi problema.
Abraçou-os. Contou dos pais, das viagens e como a esperteza vale mais que um diploma. Chamam-lhe Nut. “Now I understand why” disse o amigo que abusou do ginásio.
Suscribirse a:
Enviar comentarios (Atom)
2 comentarios:
não percebi patavina :P
é para mim!!!! não é para ti oh!!!!
Foi a super viagem ao "centro da terra"!!!
Uma em mil! Melhor companhia não podia ter...(quer dizer +-)
Ciganos e fogos no Jardim: melhor maneira de passar uma noite surreal?
"I think Not"
Publicar un comentario