Ela caiu e enquanto tombava via a sua queda em câmara lenta. Tropeçando, pouco a pouco, nas pedras do caminho, ferindo os pés e inclinando-se para a frente, para trás. Resistindo. Mas era inevitável. As forças da gravidade sempre venciam.
Primeiro um pé, depois o outro, uma aterrizagem brilhante, daquelas que fazem pouco barulho e quase não levantam poeira.
De repente, tudo mudou.
Depois de meses a ensaiar aquela queda, apercebeu-se que a genialidade da técnica de pouco lhe valia, pois estava ali, no chão, caída.
Ao nível da baba do cão, da formiga venenosa e da lesta gorda.
O mundo parecia tão grande visto desde baixo.
Grande e assustador.
Foi nesse momento que arriscou e pediu: “Gravidade, dás-me mais uma chance?”
16 abril 2009
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2 comentarios:
e a gravidade? já respondeu?
ah e não existe "aterrizagem" não existe oh brasileira/espanhola!
Eu sei =) É a liberdade "poetica" =) Depois de ter lido ha pouco tempo Saramago e ter descoberto que todas as palvras que eu antes nao entendia sao espanholismos, resolvi adoptar a tecnica =P
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