Somos todos estrangeiros, forasteiros, fugitivos de vidas monótonas.
Somos errantes, cobardes desta agonia simplificante.
Talvez todos não. Apenas aqueles que vêm na odisseia uma possibilidade de vida. Aqueles que nunca acham que chegou a hora.
Caracóis itinerantes e curiosos, cujas barreiras são o horizonte inatingível.
Começar de novo está tatuado no nosso corpo, é expelido, pingante, dos nossos poros.
O primeiro dia, o primeiro passo, a primeira letra da página em branco.
E aquela mulher, de olhos de vidro, que investe em nós partículas do seu corpo. Que acredita (e não que diz acreditar) que um dia também nós doaremos os olhos a uma causa.
Ao apagar, limpar, seleccionar. Ao enviar, ver e controlar para que nada escape pela visão fixa de um órgão perdido. E no fim, todos vão criticar. Editar, melhorar, corrigir.
Mas ela só tem um olho. E para os seus óculos a vida nunca foi doce.
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