07 febrero 2010

A morte matemática

Um mais um será sempre igual a dois. Um menos um, zero. De súbito acredito que a existência se resume à matemática. É feita de uma história que se foi. De uma história que nós fomos. De um passado com cheiro e gosto. De quando eu sofria por coisas alheias. De conversas debaixo do lençol. De chocolate com churros. Do sorriso de surpresa. Da coisa boa e da ruim. Dos momentos que imprimimos em fotografias retocadas. Do vazio. De um medo que se foi sem susto. Do que eu pensava que seria impossível. Das tardes sem pensar. De muito. Do demasiado elevado ao cubo. E de repente parece que alguém quer acabar com tudo isto. E de dois passamos a zero. Porque a morte é matemática. Mas a vida, não.

1 comentario:

Fábio, Ana Paula, Juju e Lucca dijo...

Uau! Este eu adorei mesmo! Forte!