Naquela tarde com cheiro de chuva seca o mundo desmoronava aos pouquinhos dentro dos teus olhos azuis e mãos asperamente carinhosas. Não querias ir, dizias tu.
Tinha tudo acabado.
O teu jeitinho cor-de-rosa de dizer “bome dxia” o teu ar de criança gulosa cada vez que comíamos chocolates, o teu silencioso despertador vibrante, o teu jeitinho irresponsavelmente atinado.
É tão difícil explicar este misterioso movimento de energias que faz com que cada pessoa conquiste um lugar na tua memória, na tua rotina, na tua vida. É acolhedor pensar no carinho que nos uniu e saber que há coisas que ficam e formam risonhos retalhos no cobertor que nos esquenta quando o aquecedor esta (outra vez?) avariado.
Quando se olha para trás sabe-se que tudo poderia ter sido diferente, mas que tudo acabou por ser tão perfeitamente igual fazendo com que o sorriso que acompanha as lágrimas grite e chore de alegria por aquelas noites de nunca, aqueles dias de cumplicidade, aqueles momentos de euforia e aqueles instantes inúteis de amigas empijamadas.
A cama não tem lençóis e agora tenho 2 prateleiras só para mim, mas tu serás sempre uma caneca de chá, uma travessa queimada, um doce para curar as saudades.
Serás sempre aquele sol torto e a rapariga que nunca nunca nunca…
Porque tu, que sempre tiveste problemas com decisões, decidiste tão drasticamente entrar na minha vida de retalhos. Quem diria?
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