13 diciembre 2008

Borde

Apareceu do nada, chocando com as frases de linguagem universal. Explicaram-mo com meias palavras, sentidos ambíguos, com o medo de dizer o assertivo.
Seria uma esquina de um objecto pontiagudo. Daqueles em que não queres tropeçar. Sangue, choro, hospital.
É a personificação de uma seta afiada que chega, vem e destrói. Sem piedade. Diriam, sem compaixão.
Erro no sistema. Bloqueou-se o computador central. A definição não encaixa ao protocolo.
Estado actual de saúde: extinção forçada.
Há que polir as arestas. Socializemos as nossas esquinas. Queremos sorrisos constantes, palavras meio-ditas, protocolo, dicionário, protocolo.
Mas a sociedade é benevolente, avisam-me. Não há que me preocupar. Os génios da ciência já encontraram a cura.
Desiste de ti e faz-te outra pessoa. Uma mais gostável. Uma menos bruta.

Uma menos “borde”.

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