Eram dois forasteiros em aventuras europeias.
Fizeram do continente o seu mundo, e decidiram andar por aí. À deriva.
Perdidos em quartos partilhados e corredores de supermercado. Contando moedas. E gastando-as em guloseimas.
A vida era uma rotina de paisagens, mapas, fotografias e solas de sapatos gastas. Era uma rotina do não rotineiro. E isso parecia tão normal.
Trocavam dinheiro e mudavam de casa, lidavam com os imprevistos com alguns berros e gargalhadas. O fast-food era o seu maior luxo.
Ás vezes mendigavam, isso é certo. Mas faziam-no com o estilo de quem tem zeros no cartão de crédito, de quem pode mais e não quer.
E assim perseguiram noivas, bares, amigos e o bom tempo. Assim meteram-se em direcções erradas, espalhando os seus pertences pelo mundo. Que generosos.
E agora de volta à escravidão do tempo, do espaço e da geografia, restam-lhes as memórias. E as histórias. Porque eles eram dois. E esta foi a sua aventura forasteira.
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2 comentarios:
oh! também quero fazer um interrail...
hahaahahhaaaaahahaahahaahahaah só a terceira leitura é que me apercebi do "espalhando os seus pertences pelo mundo." hahah
bem, o que eu penso hoje em dia é que tive a sorte absurda de fazer interrail com a pessoa certa.
isto porque interrail pode parecer folia mas é mais parecido com um casamento do que possam imaginar.
Vive-se a 2 (ou mais), 24 horas por dia. É mesmo preciso saber fazer com que funcione. E quando funciona é fenomenal. Não porque não existiram partes más, mas porque agora parecem os tão queridos pormenores nesta demanda europeia.
Mais uma vez: a pessoa certa.
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