29 enero 2010

Ali

Ali, onde a névoa esconde o céu azul das tardes de primavera com pé na agua. Onde se caminha na rua, porque as rodas não compensam e os carris subterrâneos são apenas um sonho longínquo de um político populista. Naquele lugar, onde o mar toca nas nuvens e fá-las derreter. Onde o pára-aguas é um eterno companheiro de viagens.
Ali, onde o jornal se lê no café da esquina e a tapa tem um gosto de óleo usado que insulta o gourmet. Onde se oferecem sorrisos, abraços, “há quanto tempo” e a melhor tortilha do mundo. Onde os corredores cheiram a páginas de jornal viradas e das cabeças saem letras com gosto de tinta de papel.
Ali, onde o ar tem cheiro a casa e as ruas uma estranha sensação de lar.

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