Os isleños foram os primeiros a chegar. Tornaram-se imediatamente donos e detentores desse pedaço rocha perdido no meio de uma água gelada de peixes. Eram rei, senhor e príncipe. Princepessa, dessas do cinema italiano.
E depois de muito pensar, optaram por viver uma anarquia organizada, já que, dadas as circunstancias, a maioria absoluta seria, deveras, um tema complicado. Criaram, então, um inovador sistema político que se sustentava com apenas uma regra: dentro daqueles domínios as coisas faziam-se de cinco em cinco. Ora ai está uma boa lei.
Toca a comer cinco maçãs, e cinco caroços, dar meia dezena de passeios e cinco olhares, daqueles de corar a ponta do nariz. Cinco, os minutos babados de boca na toalha e um v romano de furinhos da perdida orelha do mar. Que descanse em paz.
Uma mão cheia de dedos entrelaçados, cabelos enrolados e caracóis rebeldes. Uma língua de fora. Dessas não havia cinco. Mas a regra do seis menos um era muito rígida e não sobreviviam nem os sorriso-gargalhadas. Cinquenta? Vá, acrescenta-lhe um zero e negócio fechado.
No fim do dia, os donos e senhores da meia dezena abandonaram o seu reino, deixaram gosto na boca ao futuro legado e, entre furacões e rodopios, desocuparam a coroa dos isleños.
Ao chegar a terra quiseram dizer algo, fazer um discurso pomposo. Coisas de filme. Mas só saiu um gesto. Um, não, cinco.
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1 comentario:
poderá isto ser sobre o lost? lol
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