És um monstro.
Um mostro calado e desgastado na revisão da minha vida.
Escondes-te por trás das árvores dos centros urbanos, dentro da caixa das bolachas e no fio do telefone ao pé da cama.
És resíduo constante, qual fóssil rochoso instalado no cerne da alma.
Falas e gesticulas com a naturalidade da vida-fantasia dos tempos já esbatidos pelo contínuo trabalhar do relógio.
Quero-te fora de mim.
Sei que o tema é recorrente e que a minha triste melancolia azeda já faz alergia aos ouvidos alheios.
É uma força que me empurra para o limbo pueril da angústia. E cada vez que veto o meu pensamento de desviar-se na deformidade das tuas promessas de felicidade, penso em ti.
Penso em não pensar-te. Penso em odiar-te pelas entranhas. E lembro-me que até já gostei de ti do avesso.
E quando surges no mais subconsciente da mente adormecida e dopada por gases pesticidas que inibem o raciocinar, apetece-me chorar e pôr-te no lixo (no recipiente azul da reciclagem). És um papel rasgado. Mas às vezes a fita-cola parece tão aliciante.
Não queria colar-te nem estragar-te nem elevar-te num pedestal cristalino. Queria que fosses apenas uma alma ambulante pelo meu rol de memórias que precisa de queijo e exercícios no ginásio.
Queria-te normal e esbatido por novas e estimulantes experiências.
Mas depois apareces-me e dizes que é possível fazer REW.
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1 comentario:
"Sei que o tema é recorrente e que a minha triste melancolia azeda já faz alergia aos ouvidos alheios."
Ó House...dá cá um abraço, pá!
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