Há dias em que apetece fugir, tirar a cola do corpo, soltar as correntes, chorar e soluçar como criança pequena que corre para o colo da mãe. Às vezes faz falta um carinho no cabelo, um elogio sincero, um miminho sem sentido. Procuro olhos castanhos que me digam que estou a fazer a coisa certa, quero caretas espalmadas no vidro e um carro azul. Quero ter a certeza que a conta de telefone continua a subir, que a gasolina continua a aumentar, que os nomes não param de inovar e que o gato se chama Leo.
Paro para pensar e tremo.
Tremo com o calor abrasador e com a chuva tépida, com o silêncio torturante de primos tecnológicos. Tremo com os namorados que se abraçam entre palavras de amor meio-ditas-meio-beijadas. Tremo de medo da realidade e das palavras ditas por hábito.
Olha-me nos olhos, faz um sorriso de covinhas e diz-me (como só tu sabes fazer) que tudo vai acabar bem. Por favor.
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