14 mayo 2007

Pensar não engorda

São dias inteiros em silêncio com a cabeça a gritar palavras de carimbo vermelho. Dias de monólogos sangrentos que apedrejam a razão e dominam o tempo de antena.
Memórias passadas, cozidas no forno com a nova receita de esparguete à bolonhesa.
Memórias.
Dias onde o sorriso não sai, onde a ilusão apavora e tudo deixa de fazer sentido.
Viver na sombra escura de um passado colorido, no corredor perigoso onde a cada porta uma facada.
Um sofrer pequenino de perfumes e sabores; de palavras e gestos; de sentimentos e descobertas.
Saber que a cada dia algo se desvanece, enche o vácuo do esquecimento e perde-se para sempre no labirinto do passado.
Não quero viver nesse mundo. Vou fugir e construir um lugar onde os pensamentos não engordam e as minhas calças preferidas ainda me servem.
Elas ficavam-me tão bem.

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