Queria uma bola de cristal. Agora que o vinte e um está por perto, achei que deveria montar uma lista de presentes. Os números adicionais apanham-me sempre desprevenida. Desta vez não quero festas, nem amigos (quais?), nem telefonemas.
No topo da minha lista vem escrito, Arranjem-me uma bruxa, uma pedra preciosa, um baralho de cartas, um espelho mágico.
Vou ser criança mimada que esperneia e gesticula, que grita e irrita. Aquele bebé intragável que faz birras insistentes até conseguir o que quer. Transformei-me, regredi.
Não é um pedido assim tão difícil. Nem um objectivo demasiado ambicioso.
Fecha os olhos dois minutos e imagina-te daqui a alguns anos. Dez anos.
Vivo num lugar nublado. E mesmo que viaje a onda de névoa acompanha o meu percurso. Quero ouvir-me, fala mais alto, grita e diz-me que língua falas. Pelo menos dá-me uma pista. Escreve num papel o teu estado de alma e põe em P.S a tua profissão. Não entres nessa nuvem de poeira, não te feches nas linhas das minhas mãos, dá-te a conhecer, peço-te, não me tortures mais.
Preciso de um especialista, de um doutor, de anos de estudo e experiência.
Pode ter cabelos vermelhos e uma verruga na ponta do nariz, pode ser gordo e transparente, pode ver além do meu corpo. Podes ser tu, quem sabe.
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2 comentarios:
depois arranja-me o número
parece que tenho de pintar o cabelo e ganhar uns quilos... nem q seja para ser mais facil de ser encontrado no meio dessa nuvem de poeira!
Mi ha fatto piacere ricevere la tua e-mail e leggere le tue parole. arrivederci
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