Gira, mundo, gira.
De repente sentimos um redemoinho nas nossas cabeças, um tirilintar no mais profundo do nosso cérebro e, quando abrimos os olhos, o mundo girou.
É uma experiência de apenas alguns segundos (para os mais sortudos às vezes dura minutos) e quando as pálpebras se afastam, a vista fere. São raios de luz que entram directamente para os olhos cada vez que nos deparamos com a cama vazia, com o (não) fluxo do telemóvel, com as noites passadas a escrever.
O mundo mudou. E os olhos têm cada vez mais rugas.
Ponho os óculos de sol e passeio pela estrada deste novo mundo. Cada pessoa desperta-me um interesse diferente, cada planta uma sensação de renascimento, cada cheiro um pequeno e alucinante êxtase.
E quem diria que a menina do mundo perfeito, de vida assente na folha de papel, de sentimentos vitalícios e estáveis, iria conceder ao mundo a graça da reviravolta. E agora, é ela que se aventura por novas estradas, que olha para o alto com esperança de algo radicalmente melhor. E ele. Maquilhou as cambalhotas no mundo, qual ilusionista fracassado, tirou coelhos e flores da sua cartola de caracóis, encontrou pregos e fixou o mundo. Pára mundo. Deixa-os achar que são felizes, eles gostam do Carnaval. Sempre gostaram.
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