Já não existem heróis. Eles morreram há alguns dias atrás depois do copo de leite e da sandes de fiambre comprados no bar da esquina. Eles foram apagados das páginas dos jornais e substituídos por programas de televisão. Os avós já não contam histórias aborrecidas. Eles agora estão demasiadamente envolvidos em jogos de xadrez virtuais e a inventar novas nas receitas na bimby.
Os heróis agora estão à venda, compram-se com telefonemas e mensagens escritas. Embrulhe-me alguns para presente. Faça-me lá um descontinho que eu vou levar uma dúzia.
Os heróis estão em crise.
Os do passado são reinventados, abordados de forma moderna, original. O Júlio César vive num cenário da guerra do Iraque misturado genialmente com os capitães de Abril. O Sancho pança emagreceu e o Napoleão comia grissinos.
Os meus heróis esquizofrénicos foram penosamente apagados da minha lista de recordações. Fechei os olhos e pedi, com a testa enrugada do stress da tristeza molhada, que fosse indolor. Os heróis são como os pensos rápidos. Eles colam-se onde nós quisermos, moldam-se às articulações, camuflam-se à cor das nossas peles. Mas quando queremos livrar-nos deles, o melhor é tirar rápido para doer menos.
O problema é que os pensos de má qualidade as vezes deixam cola.
Preciso de tomar um banho, isto sai com sabonete?
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2 comentarios:
Gostei muito!
descontrolado....não ha muito mais palavras que possam adjectivar este texto.
e ja que ja sabes o quanto gosto de Arctic Monkeys, eles têm uma frase sobre este tema, que eu curto bué: "no heroes are what they seem when you've been when we've been..." bjs tá mm muito fixe
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