Os meus cabelos trazem a fragrância do teu perfume e as tuas palavras flutuam insistentemente na minha cabeça enquanto tento raciocinar. Por momentos as horas deixaram de existir e deixei-me levar pelo teu jeito engraçado de implicar, reclamar, distrair e controlar. Agora já estou de volta, tudo voltou a acabar.
E, mais uma vez, confirma-se que a vida é um constante ponto final onde as vírgulas e os travessões lutam constantemente pelos seus 5 minutos de fama. E são dessas (felizes) conquistas que se constroem as histórias (não quero desprezar o ponto e vírgula, eu também gosto dele, mas um bom travessão é insubstituível, todos sabem disso).
Não, não quero voltar para casa, por favor, vamos perder-nos mais uma vez por ruas perigosas e semáforos vermelhos, vamos rir da falta de sinalização e reclamar que já e tarde e temos de trabalhar amanha. Não, vou fingir que não vi a rua no mapa e deixar-te passa-la de propósito sem querer. Não acredito, estamos quase a chegar e ainda não te abracei o suficiente, não olhei para ti o suficiente (ficas tão bonito de gravata e camisa colocada, cuidadosamente, para dentro) não cheirei o suficiente teu perfume, ainda não te agradeci por tudo e por mais alguma coisa. Não te disse o quanto gosto de ti.
Já não estamos perdidos, mas vou fingir não ver a minha casa. Talvez não a reconheças e possamos perder-nos de novo. Encontraste-a. Tenho de sair rápido, aqui tudo é muito perigoso e acelerado. Foi nesse abraço de beijo barulhento que roubei o teu perfume e pu-lo no me cabelo (invisível).
És velho, mas ninguém o diz. Talvez seja do ginásio.
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