Andar descalça em ruas íngremes para não chapinhar as sandálias na calçada escorregadia. Escadas e mais escadas, corredores de cansaço exaustivo. E no fim do mundo, um sorriso.
Um sorriso de tardes de fotografias animadas, de viagens no chão poeirento de transportes em greve geral.
Uma paralisia turística contornada por passeios de carro em dias nublados. Uma vontade imensa de que tudo seja perfeito. De que cada desenho matinal, cada cabelo despenteado, cada história e cada piada, encaixe sublimemente num quadro de memórias futuras de realização suprema.
Quero fazer disto a minha vida.
Quero viver com as pernas doridas e a palma do pé a gritar de dor. Quero que as minhas pestanas dobrem de sono e que o ranger das minhas costas grite de desespero.
Levem o meu corpo e transportem-no para uma realidade alternativa onde a vida é preenchida por nervosos miudinhos na barriga e sorrisos rasgados de felicidade extasiada.
Vou comer os momentos, mastigá-los, engoli-los, e quem sabe ruminá-los, enquanto ainda é tempo.
Que imagem tão bonita.
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2 comentarios:
de facto, não há nada como ruminar momentos nham nham
p.s. as tuas metaforas estão cada vez mais estranhas lol
I agree :D so rir com o comentário da enes :P
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