09 julio 2007

carne-balão

E se estivermos todos a viver uma farsa?
Às vezes acho que a vida não passa de uma simulação decadente de seres errantes e iludidos. Voamos e chapinhamos nas lagoas esquecidas das florestas densas. Saltamos e cantarolamos pelas ruelas e avenidas, inchados por uma felicidade aparente.
Mas as agulhas são seres maléficos. Pequenas e afiadas, costuram e furam a uma velocidade alucinante.
A dor aguçada pica lentamente e vai penetrando na nossa carne-balão. Destrói dias e dias de oxigénio desperdiçado, aborrece as plantas que asfixiam a pureza da fotossíntese.
E o balão explode. Moléculas saltitantes nadam pelo ar poluído de chuvas ácidas. A agulha cai e vai perfurar a próxima vítima.
O balão é de hélio. A voz vai gritar.

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