Os olhos insistem em fechar. O cérebro concentra-se neste movimento paralisado de cessar. Não posso piscar os olhos porque eles gritam de sono, também não posso pensar porque se pensar os olhos adormecem e sonham em cenários paradisíacos de sol e lua minguante.
O dia vai passando com horas contadas ao minuto e o fazer nada vai esmagando os momentos de alegria.
E o tempo não passa. Os músculos ardem e rasgam a pele. Músculos estranhos, estes. Não os conhecia mas não me parecem muito afáveis. Apresentam-se de rojão, sem sorrisos e sem formalidades. Gritam a sua presença e trazem cartazes de dias coloridos. O pescoço também dói da areia dura de cestas ao sol. São músculos nómadas e vadios que vêm e vão como as ondas de calor.
Mas agora a dor já não define o sentimento. São pontadas fortes de férias encantadas, são pensamentos magoados que desviam o humor.
Acho que preciso de uma massagem.
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