25 julio 2007

Pudim

Estou a enterrar-me na areia movediça da ampulheta. Os grãos caem como pedras que ecoam na minha cabeça e cantam uma música de adeus.
Mas tenho a pele colada a este lugar. A estes cheiros a esta rotina de papel e suspiros.
Rezar para que o tempo passe depressa e rogar para que o tempo nunca passe. Deus fica confuso e resolve deixar-me abandonada na selva de leopardos vaidosos.
Não quero ir, não quero ficar.
Fui ao supermercado e comprei um saco cheio de pudins. Pus um pouco de ketchup por cima e comi. Comi até não poder mais.
Achei que talvez um bocado de conservante pudesse ajudar. Quem sabe.

1 comentario:

Anónimo dijo...

"Não quero ir, não quero ficar"
Pois...
Não quero que vás, não quero que fiques.
Há quem entenda...?