08 julio 2007

o mundo gira

O tempo é uma máquina feroz que luta contra as leis da natureza. Mas tirei o relógio porque o tic-tac me dizia que o mundo podia acabar. Um dia.
De pulso nu, lanço-me para aventuras novas. Retempero as cores da paisagem, numa fotografia perfeita de meninas-modelo.
A porta abriu. Um passo tremido de insegurança inquieta.
Expectativas, expectativas.
Corpos que dançam músicas quaisquer, dedos que se entrelaçam e escorregam. Cordas desafinadas por hinos de sabedoria. Um sentimento que explode, qual lava crepitante, e sai pelos poros da pele em forma de fumo ardente.
Faz calor e a luz ilumina as frestas da janela. Revela vultos de segredos e declarações, de gelados e comida fria espalhada pelo prato.
E num abraço que esmaga, contorce e arrepia, tudo muda.
Vaipes de surrealismo e conversas de olhares cegos e confidentes.
Os dedos arrepiam as costas e manejam os lápis em desenhos de infância.
Agora posso conquistar o mundo.
Conheço os seus trejeitos e as suas manias. Sei que um dia ele vai girar.
O chão vai virar tecto e banda sonora vai começar com a frase “o tempo é uma máquina feroz”.

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