20 julio 2007

coro de multidão

Zumbidos de sons luminosos.
O suor escorria ao som de guitarras vibrantes e as pessoas deliravam com mãos que abanavam em ondas de calor e êxtase. A voz falhava em gritos de entusiasmo dilacerado e o chão tremia e saltava em minutos onde o lugar dos pés era a vários centímetros do chão.
Corpos que roçavam na homogeneidade dos gostos e no uníssono de vozes em coro que se perdiam na multidão.
Perdem-se as personalidades e os sapatos em massas populacionais ao rubro em busca de uma existência com sentido.
Quer-se saber e mostrar que a música é o espelho, a alma, o cobertor e a pista de dança dos nossos dias. E numa narrativa-surpresa de notas ensaiadas atinge-se um deslumbramento colectivo e o que sobra são restos de pessoas.
Mares de suor que jorram dos poros dilatados das músicas de colunas gigantes, e no fim um momento de êxtase febril. Uma respiração. Um silêncio. Uma recordação.

1 comentario:

Anónimo dijo...

sniff.......perfeito....
(quem é que poderia ter descrito melhor?) * * *